por Aparecida Machado
Na taça de vinho rubro, que me destes, sangue minha língua sentiu... Do cálice do licor que preparastes, tão doce assim, me envenenastes e os olhos que te viram agora se fecharam... O dia para sempre.
E nunca poderás dizer... Que nunca o amei... Pois a ti me entreguei, para que me ressuscitastes, dentre os mortos, para viver na escuridão das noites eternas...
Agora vivo em tua companhia... E pelo ar noturno, respiramos o aroma frio da morte impregnado em corpos ainda quentes, que desce por nossas gargantas suas preciosas vidas na forma pura e densa, de cor escarlate, que escorre e alimenta nossa fome de juventude...
Assim somos criaturas da noite... Vagos, condenados a escuridão...
Senhores da morte... Gélidos, acompanhados da solidão...
Assim somos... Imortais, nunca nos convide, a entrar em seus umbrais...
Aparecida Machado.
2007-12-13
Taça de Sangue
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Publique gratuitamente seus textos nesse site! Saiba mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário