Uma Esperança Invulgar / Ana Damienne
Uma luz ausculta amorosa os espíritos humanos, e quando estes a vislumbram em si, a aurora recai perfeita em dimensão sobre eles nas terras em labor, cujo amor à Vida deve ser perene em sentimentos graves e puros a entardecer em nós, mansa e branda, a carne já transportada em esperança invulgar, viver.
2008-02-28
Uma Esperança Invulgar
Uma Íntima convenção
Uma Íntima convenção / Ana Damienne
Viajei para mil imensidões e me soube em terras, humana matéria de alvas esperanças.
Esperanças em realidade onde o sol, imponente astro, ajudou-me realizar.
Tenho cravada em mim contudo, a fronte grave de certezas em ardor; meu coração apaixonar-se às crenças da Vida e da Morte.
Ciclo natural que me leva sempre, à sabedoria da maturidade ser atemporal sol, do meu governo interior.
2008-02-21
Carícia Sublime
Carícia Sublime / Ana Damienne
O Amor me encharcou de luz quando nas Trevas aprendi a ser irmã do sangue em dor.
A braços com estes negros vultos, me fui cultuar no poente, a transformação da tristeza em ideal de felicidade.
Hoje estou em Luz e Trevas mas elas, unem-se sempre quando o Céu as acaricia, na amplidão da Sua Misericórida.
Honra
Honra / Ana Damienne
Ouço as vozes do século e um sentimento sem fim, inesgotável de sol, me confabula as terras serem ainda mudas do mal.
Pátria soberba é o Espaço, que em jura ama o Homem que por Deus, fez-se um herói do Amor.
Nos confins... Dos confins herdei a simples supremacia da dignidade.
Brilhante diploma que a vida, em aplausos, me homra.
2008-02-18
O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós
por Remisson Luz
Qual o crime cometido pelo jovem padre Amaro? O de ter se apaixonado pela bela Amélia? E se o crime tem uma agravante, qual a pena a ser-lhe aplicada por tê-la engravidado?
Eis um livro que deve ser lido com muita atenção, pacientemente, para o leitor não perder detalhes de como o autor retrata a hipocrisia e a promiscuidade da sociedade portuguesa na segunda metade do século XIX, especialmente dos representantes da igreja católica.
Para instigar a curiosidade dos futuros leitores, vale ressaltar algumas passagens do romance, como a cena da refeição dos padres à mesa da S. Joaneira, discutindo banalidades e a vida alheia, as qualidades e defeitos dos homens e das mulheres, a vida dos pobres ("azar o deles") e os "arranjos" para conseguir dinheiro com os políticos.
Amélia, diante da impossibilidade de se casar com seu querido Amaro e para não "cair na boca do povo", é convencida a se preparar para contrair núpcias com o escrevente João Eduardo. João Eduardo que, num horrível sonho de Amaro, adquire as feições do Diabo, impedindo o padre de continuar com sua amada Amélia o caminho para o Céu.
E Amaro também vai se enredando cada vez mais numa teia de mentiras para manter as aparências, chegando ao absurdo de desejar que o filho nasça morto.
Há trechos maravilhosos como o seguinte: "Diante de Nosso Senhor, o verdadeiro marido de Amélia era o senhor pároco; era o marido da alma, para quem seriam guardados os melhores beijos, a obediência íntima, a vontade; o outro teria quando muito o cadáver..."
Ou ainda quando o severo Dr. Gouveia, descobrindo por fim o estado de Amélia, diz: "Eu bem tinha dito a tua mãe que te casasse!" e, resignado, complementa: "A natureza manda conceber, não manda casar. O casamento é uma fórmula administrativa..."
Não consumado o casamento por desistência do escrevente, tenta-se deseperadamente conseguir outro noivo.
Fosse eu enumerar todas as partes maravilhosas deste livro e o reescreveria por completo.Fica, assim, a indicação da leitura de um dos grandes romances da literatura portuguesa: O crime do padre Amaro.
Fogão de lenha, de Maria Stella Libânio Christo, Ed. Vozes, 1971
por Remisson Luz
De todos os livros de culinária que já li, tem o meu apreço especial este Fogão de Lenha, em capa dura, da Maria Stella Libânio Christo, cuja introdução é de Aureliano Chaves, que à época da 1ª edição (1971) era o governador de Minas. Permeando as receitas, encontramos lindas ilustrações relacionadas ao tema, todas tiradas do Álbum Debret, das quais destaco algumas: O jantar; Negras vendedoras de angu; Transporte de carne verde; Armazém de carne seca... Mas este não é um mero livro de culinária (como nos sugere o título), mas também de receitas de poesias, crônicas e cartas sobre cozinha e suas gulodices, dada a excelência dos nomes que desfilam pelas suas páginas: Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Autran Dourado, Códice Costa Matoso, Cecília Meireles, Antônio Lara Resende, Manuel Bandeira, Cora Coralina... Vale a pena divulgar aqui algumas das pérolas dos ajudantes de cozinha recrutados por Maria Stella. Os textos destes incomparáveis auxiliares temperam de forma inigualável as primorosas receitas de doces, sopas e quitutes desta obra-prima da literatura. Renato de Barros diz: "Rosca, broinha e pão de queijo/são tão gostosos/quanto da moça o beijo" (1953). Manuel Bandeira adverte: "Mamãe não avisou que vinha./Se ela vier, mando matar/uma galinha". E Drummond complementa, nostálgico: "Havia jardins, havia/ manhãs naquele tempo!" Há muitas outras curiosidades literárias nesta obra, registros de receitas e documentos afins que remontam à época do Império, cartas e até quadras, como esta de Cecília Meireles:
"Passas longe, entre nuvens rápidas,
com tantas estrelas na mão...
- Para que serve o fio trêmulo
em que rola o meu coração?"
Certamente hão de me perguntar: Cadê as receitas? Você não vai escrever uma sequer? e respondo: Receitas de bolos, doces, quitutes e outras iguarias encontramos em muitos livros, uns melhores, outros piores. Este Fogão de Lenha situa-se acima dos demais, sem dúvida, mas o meu forte não é o labor da cozinha. Após ler o livro duas vezes, resolvi, certo dia, preparar uns olhos de sogra e fui ao índice sistemático, página 131. Claro que voltei duas páginas para passar os olhos (os meus, não os da sogra) na introdução do Pedro Nava (Baú de Ossos, Rio, 1973), um verdadeiro tratado sobre o melado e a rapadura. Extasiado, esqueci a receita dos olhos de sogra e me dirigi a outro texto, depois outro, e outro e mais outro... Quando dei por mim, já era muito tarde para executar a receita que eu, totalmente desprovido de dotes culinários, certamente não conseguiria levar adiante. E toda vez que tenho este livro nas mãos ocorre o mesmo, perco-me nas suas páginas deliciosas, esqueço do mundo, me alimento de Drummond, Cora Coralina, Bandeira, Dantas Mota, Rubem Braga, Cecília Meireles, Pedro Nava... Sendo o Fogão de Lenha um livro de receitas de cozinha, o leitor pode não concordar comigo, mas considero estas como secundárias, elevando os demais textos ao primeiro plano. Ainda assim, reafirmo que esta obra, para o que se propõe (mesmo que se suprimissem os demais textos) seria superior a todas as outras do gênero e indico sua leitura àqueles que apreciam a boa literatura e a boa mesa, que não se sobrevive sem uma nem outra. Finalizo com o preceito bíblico (Provérbios 14: 23) transcrito na página 156: "Mais vale um prato de verdura com amizade, que um boi com inimizade".
O primo Basílio, de Eça de Queirós
por Remisson Luz
Lisboa.
Jorge e Luísa: um casamento.
Luísa e Basílio: um caso.
Durante a viagem do marido Jorge, engenheiro de minas, Luísa envolve-se com seu primo Basílio, paixão de adolescente, que retorna rico após temporada no Brasil.
Ambientes como O Paraíso e o Hotel Central e personagens como Mendonça, Sebastião, Joana, Dona Felicidade, O Conselheiro, Mendes, Julião, Dona Leopoldina, Juliana e as cartas comprometedoras (objetos de chantagem) e outros ajudam a compor a trama, onde amor e ódio, traição e morte se entrelaçam, habilmente temperados por Eça de Queirós, pai também de O crime do Padre Amaro, Os Maias, As cidades e as serras, A ilustre casa de Ramires...
Manipulando com maestria temas aparentemente comuns do nosso cotidiano, o autor português conduz a vida da protagonista Luísa (mulher-objeto), amarrando os capítulos e prendendo o leitor até o desfecho, inesperado e tragicômico.
Uma Justa Adoração
Uma Justa Adoração / Ana Damienne
Santos não foram em mim suas luzes derramar.
Houve apenas um me adornar.
Projeto o coração meu em seu Espírito por me adorar.
Adoração dum casamento entre eu e Ele, a me ruborizar em confiança plena, eu meu vingar.
Ave Minha
Ave Minha / Ana Damienne
Brancas mãos me caem suaves a fronte me inspirar.
Abraço em vontade familiar, estas destras por nos adorarmos.
É o alvo que me assiste.
Sou eu que me choro imponente saudade.
Mãos brancas de mim... sou tão somente sua, minha escolha ter sido em passados dias, teu conhecimento em carne e alma eu ter escolhido amar.
2008-02-14
Para ver-te
Para ver-te
Estás inteira dentro em mim.
Basta para tanto um pensamento.
A ilusão da esperança faz-me viver:
a mentira bem contada satisfaz...
Não te vejo há muito, há muito
e muito tempo...
Talvez nunca te tenha visto,
mas minha mente diz o contrário,
insiste com argumentos que a razão
não ousa combater.
Não é preciso que estejas aqui...
O vento acaricia com mãos invisíveis
e és parte dele, atravessando as frinchas,
sussurrando delícias aos meus ouvidos.
Não é preciso que estejas aqui, não...
Para que eu te veja, bastam-me
os olhos do pensamento...
Remisson Luz
+ Duas centenas +
+ Duas centenas +
Congonhas, SP - 17/07/2007
TAMtos mortos...
De quem é a culpa?
Do homem-máquina?
Da máquina-homem?
Da máquina-máquina?
Ou de todo o maquinário?
E o que diz a caixa,
a caixa queimada,
a caixa “imune” à queda,
a preta caixa-preta?
Será que gritos, choros,
gemidos, ruídos,
frases entrecortadas,
palavras desmembradas
denunciam culpados?
De quem é a culpa?
Da chuva? Da pista?
Da torre?
De quem já morreu?
E a próxima culpa?
De quem há de ser?...
Minha? Tua?...
Remisson Luz
Ou isto ou aquilo
Ou isto ou aquilo
Entre o riso e o choro,
entre o amor e o ódio,
entre a fé e a descrença,
entre a vida e a morte,
entre Deus e o Diabo,
prefiro isto àquilo
Remisson Luz
Um Culto
Um Culto / Ana Damienne
Que som maravilhoso exala do Espaço minha casa regente.
Escuto uma imensidão presente feita de prata Pátria.
Sorrio a mim e sigo o meu culto, o céu no propício sagrado da
minha essência em alado fim, um dia me revelar.
Uma Carne
Uma Carne / Ana Damienne
Criança me fui em carne dorida.
Dorida segui os rumos sombrios das trevas.
No "inferno" aprendi me erguer e tornei-me sacerdotisa.
Somente agora a Treva e o Mundo Anunciado, são os Mantos que me cobrem de quietude, uma das maiores conquistas que no perpétuo, ilumina-se.
Pássaro Sagrado
Pássaro Sagrado / Ana Damienne
Não proclamei injúrias à vida. Disse a ela a ser a pérola da alma minha.
Vivi-a rodeada de mundo mas, o céu espacial, vigorou-me o corpo e a amei uma vez mais em centenas dantes já, idolatrada.
Sou dela a sombra bendita que refresca dores inauditas.
É ela de mim, o sol invulgar que se revela na acuidade do espírito meu, um Pássaro Sagrado.
Feita de Ar
Feita de Ar / Ana Damienne
Sou do ar em agusto destino que saboreio em sua alvura, por suas ruas eu andar.
Ando sem ar nestas horas mas, a respiração da sombra e da luz, recaem sobre mim como familiar atmosfera senhoril.
Vivo dos ares. Minhas benécies em fogo sideral, pro meu fim ser a mim, a luz da Morte e da Vida, eu ter vivido com autônomo outono juvenil.
2008-02-12
Sol Milenar
Sol Milenar / Ana Damienne
Ando com milhões de pés correndo com minha vida nos braços meus.
Estes braços, que de abraços me abraça, acalentam um milênio, a resposta do meu sol viver.
Lágrimas verto e sorrisos de primavera me nasço, faiscando este sol, nos olhos meus.
Que presságio sempre me inspira quando, no Amor do mundo, as sombras me revelam a aurora em anunicação.
Negra Evolução
Negra Evolução / Ana Damienne
A paz vive em mim tal qual ela rufla suas asas de negras plumas, aqui se misturar.
Alma e Espírito. Inteligência e coração. O casamento perfeito de minha gloriosa evolução.
É contudo no mistério do ser meu, o fogo eterno da perfeição, esta, me reinvidicar.
2008-02-11
Rainha & Rei
Rainha & Rei / ana damienne
Curvei minha fronte ao meu rei nascido no coração.
Disse-me ele, uma rainha ser eu brilhar a Alma em rubi diamantes.
Meu corpo vaga sombrio, o mundo dos imepradores.
Meu corpo volita solar, o mundo dos indolentes governantes.
Mas sou rainha e rei, à alma que me fecunda.
Metal
Metal / ana damienne
Balbuico às sombras, as crença da alma minha.
Elas me tomam nos braços seus, negros, e me erguem em luz de fogo discordante das terras.
O céu me cai em imenso anil e, entre a escuridão e o dia, sou uma mulher enfeitada de metal em chama celestina.
Lua
Lua / Ana Damienne
Bendigo a Morte de minhas cegueiras quando ativas, me deram um sangue envenenado.
Bendigo esta minha vida no hoje pois, noite e luz, são verdadeiros olhos meus.
Vivo sempre em sol e, meu culto dileto, é a lua intacta no céu que me assiste enigmática, ao meu Espírito ser do Espaço no mundo.
Santos
Santos / Ana Damienne
Nã imensidão uma lei, perene a todos, circunscreve cada um em amor puro atemporal.
Sei-me uma amiga desse amor visto a escuridão do meu interior, amar a vida assim.
Não tenho asas no corpo nem a luz da aureola dos santos.
Tenho tão somente, a poesia do Espaço, Manto, que me encobre de Ordem imponente.
2008-02-08
Meu Fantasma
Meu Fantasma / Ana Damienne
Um fantasma ergui no credo que me apaixonei.
O fantasma me levitou na paz em vida com que me amou.
Fomos o Alicerce da dor e o mal se foi por termos sido, uma jura da cura.
Herdei a noite e ele herdou o dia mas, somos criaturas para tudo, no mundo que não se vê, um sempre sorriso pra Deus.
Um Interior
Um Interior / Ana Damienne
Amo a chuva tal qual esta se adapta, como luva, em ser meu.
Amo o sol tal qual este se manifesta, em glória, na mente minha.
Explodo minhas amarras feliz ser freqüente, harmonioso sol e chuva.
Não estou entregue a uma liberdade hipócrita.
Sei ser cavaleiresca apenas sempre, ao exército que me comanda:
Meu Destino Interior.
Césares
Césares / Rumena
Um mundo pode tremer e ruir à forte presença dum Astro cheio de fogo e sol.
Astro em espírito. Astro em energia. Mas um Astro que ão herdou de César a sua imponência e glória.
Um Astro que vive no frio espaço no aconchegante ceio por ser perene essa, sua morada.
Não pertence aos Césares as estrelas confundidas em nós.
Somente pertence aos Imperadores estes, suas coroas feitas por suas próprias criações.
Luminária
Luminária / Rumena Damienne
Sou vida aqui na minha noite. Treva de sombras a acalentar a luz também que me habita.
Luz que bendiz a Treva luminária como a lua, brilhante e austera, calar, ser única capaz, a dor da injúria.
Sei-me salvar nos dias todos o mundo em mim; festejos vitórias minhas, de Cavaleira.
Pântano / Rumena Damienne
Pântano / Rumena Damienne
Sou Verde e Sol e... Sombra a abraçar Pântano infecundo.
A Justiça Em Matiz
A Justiça Em Matiz / Rumena
Volito em ares mim o céu interno que me habita.
Seu manto emerge em razões atemporais e me vôo atravessando a escuridão para casá-la numa luz intrusa de paz.
Caio às terras e me sei sempre, uma justa Imperatriz.
O início do fim em relâmpagos de escarlate matiz.
2008-02-06
Psiquismo
Psiquismo / Rumena Damienne
Versos mil faço em novenas à sombra da minha luz, paciência anil nas estações em ardís.
Ardís de mim, glória Imperatriz, no Alto Celeste sem fim.
Milhões em Treva as almas assistem cenário tão cheios de jasmins.
Sou uma em cerne meu, perfumando o Invisível, a escuridão que leio nos versos da minha psique.
As Pétalas
As Pétalas / Rumena Damienne
Uma rosa me cai cálida no Espírito e que pétalas, cravejadas de rubi, são seus toques que me vigoram as letras
o ser, em sombras luminosas resvalar.
No fundo dos olhos meus, bendigo os sonhos da inconsciência, gênio de mim, faculdade silenciosa e criadoura, no governo de vida minha.
Que alegre é a ventura com que valso pela realidade sem andar, meus pés, a tocar suas chatas devassidões.
Sou um Espírito luminoso obscuro, mas sou destas rosas ainda aqui, um dia diamante das carnes esparramar, em pétalas, milhões de brilho em angelitude.
2008-02-04
frase / Rumena Damienne
frase / Rumena Damienne
Não se deve falsear uma vida, a pérola do Homem, em levianos atos cuja razão vezes tantas impele.
Reis
Reis / Rumena Damienne
Vivo em paz minha singularidade se manisfestar ainda que em meio das "mortes" humanas.
Meu ser já, imaculado dessas sortes, faz-se um murmurar num bendito canto sacro se adornar.
Quero estar sempre neste altar o mundo, se quer desejar ver para pestanejar.
Um mundo autêntico, é a depravação degenerada dos reis, mais absurdos em razão.
Ave Pura
Ave Pura / Rumena Damienne
Desabrocho sempre quando a alma em vôos necessita viver.
Corpo também em leve vida, necessita se maestrar.
Que Belo não é a busca duma ave eterna!...
Vivência contudo, carregada de desprezo mas, uma glória sempre ecoa:
A Pureza ser constante transformada, em etéreo ser, de carne e espírito.
Delongas Em Minha Carne
Delongas Em Minha Carne / Rumena Damienne
Fui-me crente de mim os dias todos de chuvas.
Não tive entanto, alguém jamais por mim chuviscar.
Em imensa luz me entreguei indelével às alturas da cândura.
Transformei-me em cádáver luminário!
As sombras contudo me levantaram e comfabulei delongas com seus conselhos de sensatez.
A luz nos empurrou finalmente, para um sem fim na profissões do céu perene.
2008-02-02
frase / Rumena Damienne
frase / Rumena Damienne
Uma flor se dá ao mundo, quando este foi amado, em todo dissabor. A todo dissabor se oferece uma flor, quando esta, não esteve nem em sonhos, no mundo.
Alvos Corpos
Alvos Corpos / Rumena Damienne
Galgo montanhas escarpadas e o firmamento me assiste repleto de flores em chuva.
Colho suas pétalas e dou às sombras a suavidade de seus veludos.
Galgo sempre eu mesma pois se é correto tentar ser, veludo e firmamento em um só ser.
É aí, que o mundo constante me soa, um futuro em tempestade e, é aí, que as terras sempre se pintam, poentes... a pureza humana.
Máskaras
Máskaras / Rumena Damienne
Bendisse sempre minhas escuridões e, a luz, foi o mundo que elas conquistaram.
Maldisse sempre as máskaras que no mundo se inter-punham e, as escuridões, foram a luz que elas não quiseram ver.
É natural em mim hoje, verbalizar pro inaudito, o "diabo" que se insufla lerdo nele.
Meu Arcanjo Em Vinho
Meu Arcanjo Em Vinho / Rumena Damienne
Meu interior de densos credos estão abastados e, não há guarda no mundo que os imacule.
Não é ele entanto maculado de santidade, é antes, maculado de sanidade.
É o Arcanjo dele, o vinho que o rega constante, de surto celestino.
2008-02-01
Vívido Sangue
Vívido Sangue / Rumena Damienne
Uma matéria tenho em mil noites sangrá-la pela alma minha.
Uma alma tenho, por mil dias sangrá-la à matéria minha.
Contudo sou do Tempo arguto olhar, em fora e cá dentro pois, o espírito de mim, é poeta destes sangues eternos sem jamais enfernos terem se citado, nas terras, assim viver.
Astros Pardos
Astros Pardos / Rumena
Sou luz como ave do mais belo espírito pardo.
Espírito este, em densidade tão luminosa que somente escuros astros capazes são de louvar.
Voa no coração meu, esta ave que de ônix feita é.
Voa dentro do corpo meu, o espírito em ônix a incandecer-se de luz por brilhar momento em momento, juntos aos astros.
Mas... uma intensa luz celeste me cobre sempre, de auroras, as mais belas "vestes".
Profana Infância
Profana Infância / Rumena
Tudo me crê um dia eu jamais fenecer, ante os charcos de mãos, que mal lavram as terras.
Tudo creio do céu ser escuridão, por luz vingar sempre esclarecê-las.
Em tudo não creio quando estes cismares são, nas bocas de carne, indiferença inocente, duma infância que não se soube sofrer.
frase / Rumena Damienne
frase / Rumena Damienne
A vida é bendita quando o bem se torna a virtude no mal. As terras são malditas quando o mal pensa ter secado o bem.