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2008-03-09

Um Sol no Pardo Céu

Um Sol no Pardo Céu / Ana Flávia Demienn

A escuridão me disse imponente, que deveria eu fazer-me sua irmã.
...Que em glória ardiria eu, se a ela soubesse amar tanto quanto um ser simpatiza-se com a luz.
Tomou ela minha face e lhe mostrei toda dor dos confins do meu peito.
Seu manto imenso negro, acariciou meu rosto e branda, beijou-me as mãos e a testa.
Adentrei seu frio mas... sua oratória me fazia dormir.
Disse-me ela ser a Morte ainda que em vida, se morre em vigília.
Entanto, disse ela ser o sol, ainda que este, esteja intacto no meio do céu marinho azul.
Por fim, anos passaram e ela não me deixou.
Compreendi ser ela minha Mãe quando, meu sol, no coração, despertou na etérea escuridão, comigo nas suas gigantescas mãos de manto.

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