Um Cavaleiro Negro Vindo Do sol / by Ana Flávia Demienn - Conto dedicado ao meu amigo e irmão, Marcos Els.
Um cavaleiro. Sem escudos de prata e espadas de bronze, vestido tão somente e simples de arnês e cabelos longos, às vezes um elmo em negro, era assim que se apresentava para o mundo entregue a devaneios de inquietação e ansiedades insaciáveis mil.
Mark era seu nome. Um rapaz jovem, dos seus 21 anos, alvo, magro, cujos cabelos longos anelado nas pontas não mentiam ser ele, um soldado saído do vigor do sol.
Amante profundo do espírito que voa, ainda que em sonhos, pelos céus onde guerreiros imensos habitam, era, na terra, a fim das escuridões que lhe inspirassem momentos sepulcrais de silêncio.
Para Mark a paz devia ser parda pois neutra, em seu coração e singular e imparcial era, o que, nesta singela mas brava fé, fazia ele tornar-se um cavaleiro entre os demais homens.
Num de seus dias como em tantos outros, foi, como num ritual, visitar seu cemitério preferido, tumbas de mármore pesado e branco onde somente os corvos ali pousavam e voavam sobre o imenso céu muitas vezes vermelho, carregado de nuvens cinza; aves as quais ele tinha estreita simpatia e que, íntimas, lhe pousavam nas mãos ruflando com suas belas plumagens negras, seus dedos delgados e brilhantes de alvura, emaranhando-se por seus cabelos.
Mark sorria encantado com os belos pássaros e em silêncio alegre de gravidade, porém iluminado de juventude, lhes sussurrava preces imperceptíveis dos homens porém, de fácil entendimento àqueles corvos que pareciam abraçar todo um mundo incomum que somente ele, Mark, se encontrava apto a ter méritos, autoridade e poder para ali estar.
Pois bem...
Repentinamente, sorvendo sua alma e corpo, toda aquela atmosfera, o cavaleiro viu-se flutuar transformando-se gradativamente numa parda Fênix.
Assustou-se mas, no céu que lhe regia e comandava toda a bela harmonia daquele cemitério, uma gigantesca "Treva" lhe suspendeu no seu manto e lhe disse:
"- Tu és uma Fênix agora Mark, mas aos poucos, tu voltarás a fenecer homem; nos momentos que fores tu, baixando até o chão, recuperarás tua juventude e voltarás a ser um soldado do sol.
Eu te transformei nesta Fênix para que tu possas sentir o cheiro e a leveza do teu Espírito ainda que na dor, esteja eu em ti; porque sou Treva mas sou entanto, a paz que te ampara no mundo por ser eu tua amiga, tua irmã e ser, serva do sol que te inspira a beleza.
Eu te dou, em murmúrios, a presciência da tua inteligência junto a estas aves infinitas que tu vês abençoarem, sem que tu desconfies, a tua vida e o teu coração. Os teus corvos são teu exército alado. Jamais Mark, vá contra os desígnos do teu coração que vezes muitas venta caprichoso por querer-te de volta no sol.
Volta para casa que o céu azul, divino, te rege, e eu estou por ele -"
Lágrimas escuras nasceram daqueles fundos olhos azuis e o cavaleiro sentiu-se e compreendeu ser, a alma de uma Fênix constante estar a rogar por seu estandarte:
A paz, feita de negras vestes em brisa sempre, no poente dos mundos.
2008-03-18
Um Cavaleiro Negro Vindo Do sol
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