Nas asas de um Corvo.
As grades desse calabolço, não só prendem meu corpo, como a ânsia de uma liberdade longuinqua, se difundem ao longe junto aquele bosque de afastadas árvores centenárias, que os raios do sol penetram esquentando levemente as folhas secas e a gramínea já morta pelo frio de um outono, que chegou sem pedir licença. Esfriando e umidecendo mais essas paredes de pedras cheias de musgos e lodo, onde empareda também um coração que insiste em bater...
Sempre em manhãs como esta, vejo os raios solares entrar por esta minuscula grade, iluminando um pouco mais o ambiente do que estas velas e tochas espalhadas pelos cantos de uma prisão sem nome...
Já ao anoitecer tenho um único e fiel companheiro; um corvo, que me acalenta a solidão, serenamente ele pousa sobre aquelas grades e ali, profundamente fita meus olhos, quase me pedindo ou roubando a alma... Mas o que lhe peço, com lágrimas nos olhos, quase desfalecendo, ajoelhada perante a grade, vendo brevemente a lua cheia e as estrelas como pontos de saudade em meu coração... Oh! Ave preta! Leve-me junto em suas asas negras, no ar negro da escuridão de uma noite que não finda!...
Quando os anjos da madrugada levantam suas enormes asas azuis, mostrando sutilmente a alvorada em um céu límpido e lilás, ele se despede crocitando, quase me levando à vida...
Mas ele vai e consigo leva minhas lembranças tristes e sombrias, de mentiras e ilusões, que há em uma mente encharcada, ébria em uma loucura que a noite tráz na forma de um sonho real, sem olhos fechados, mas com eles cravados nos olhos daquele que agora, voa, para algum lugar distante no meio da floresta de árvores guardiãs.
Mas deixa também a esperança dessas paredes um dia se tornarem ruínas e delas sairei, para uma vida não vivida, sentir sentimentos jamais sentidos... e ao anoitecer sonhar sonhos, que jamais ninguém os sonhou... Nem mesmo o mais belo dos anjos, vislumbrará quão grandiosa és tú... Oh! Tú... Liberdade!!!
Aparecida Machado.
2007-10-30
Nas asas de um Corvo (Aparecida Machado)
Oração do pinheirinho (Ivone Boechat)
Oração do pinheirinho
Você quer enfeitar
um pinheirinho neste Natal?
Então me enfeite
onde eu estiver,
que tal ?
Plante um pinheiro na sua porta, dois, três,
deixe-os morar ali, de vez,
no lugar mais bonito, mais confortável,
sem lhes fazer nenhum mal.
O maior orgulho do pinheiro
é que o mundo inteiro
o escolheu
pra representar a
vitória do Bem.
Neste Natal deixa-me
viver,
a natureza agradece,
ela vai reconhecer ,
Nosso Senhor vai atender a minha prece.
Amém.
Ivone Boechat
2007-10-27
Negro Coração (Aparecida Machado)
Negro Coração.
O vento já soprava forte, quando ao longe ouvia-se nitidamente o trovejar... Os relâmpagos cortavam de formas esplêndidas o céu cinza de núvens escuras, acima desse imenso oceano.
Eu... Inerte... Permanecia sentada na areia, sentindo o vento e as águas salgadas do mar a tocarem, vagarosamente a ponta de meus pés, chegando também a molhar as barras desse meu longo vestido negro... Negro como meus cabelos... Negro como meus olhos... Negro como meus sentimentos lúgubres, lívidos e gélidos...
Assim continuava o fim de tarde, logo chegaria o crepúsculo e com ele a noite, tempestuosa...
Que eu presságiava ser uma noite augusta, prateada com sua névoa púrpura de luar, no seu curso misterioso, guardando no seio agonias de delíquios, soluços de desespero e gritos de paixão... Que não passaram de presságios... Apenas e vagos presságios de amores... Ah!... Esses amores... Amores esses que acabam sempre por não terem base a amizade e o respeito, e acabam dissolvendo-se em ódio e rancor. Amores esses, filhos do casamento entre o desejo e a ilusão, vivem como falenas a vida efêmera dos pais. O primeiro a morrer é o desejo; a ilusão pouco lhe sobrevive, e ante os dois cadáveres brancos e frios, amortalhados em vermelhas rosas murchas e em lírios fanados, os pobres amores arrastam-se ainda por algum tempo e por fim, expiram; para ressucitar e reviver em lembranças e na saudade...
E saudade é o que nem resta nesse coração negro... Lembranças, algumas... Vagas, como vislumbres... Nada mais existe... Além do instante em que vejo este oceano, esta tempestade... E nesse mesmo instante, sou igual a uma folha seca que o vento frio do final de um outono, começo de inverno, derruba... Quando cái... Desfalecendo... E ao chegar ao chão... Morta já esta.
Assim estava eu, inerte, jogada ao chão da praia, recebendo toda a chuva que poderia cair aquela noite... De compainha a solidão... De amor a perdição... De ódio a paixão... De frio a escuridão... Era assim que tudo sentia esse negro coração.
Aparecida Machado.
2007-10-25
Saudades de Santos (Leandro Rodrigues)
SAUDADES DE SANTOS
Em ti, sinto saudades tua.
Saudades de tuas casas baixas,
Dos corsos e carnavais de salão.
Saudades dos coqueiros, em filas sem fim...
Sinto falta dos amigos que (e)migraram,
Da poesia do comércio, do amor dos estrangeiros,
Do dramaturgo perdido na noite suja
E da fonte que corria levando a flor...
Saudades dos teus quilombos
Da tua força portuária,
Dos cobradores nos ônibus,
Da tua História de lutas.
Mas ainda temos teus jardins.
Horto, Orquidário. Olhar Caiçara.
Postos de salvação. De salvamento.
A leve esperança e o teu cheiro de mar...
Leandro Rodrigues
http://mandandobrasa.blogspot.com
2007-10-13
Amor que se foi (Flaviane Mazeti)
Amor que se foi
Óh amiga desilusão
Tu que estas sempre ao meu lado
e nunca me deixa na mão
Vá embora!
Pois não aguento mais a solidão
Traga um novo amor ao meu coração...
Pro coração que deixou de amar
Por causa de você senhorita desilusão
Você que se entrometeu no meio da minha paixão
que fez ela se afogar em minhas lagrimas de solidão
da uma chance pro meu coração!
Que espera somente uma rarazão!
A razão para o qual viver.
Flaviane Mazeti
Nell frattempo [Por enquanto] (Manccini)
Nell frattempo
Ricordo quando guadava
il tuo sono pìu legere
vorebbe nascondere il sole
quando io vedop la poggia
che cade in sui capelli
i fiori che ti coprirai
d'amore incondizzinale
com una domanda
incerta che ti fa il cielo
ho una nuvole nuova im mei bracci
che mi fa volare vicino a te
chi arriva prima nell cielo
Mentre tu viene ad mio encontro
troppo tempo che me sinto perduto
cercando a qualcosa
che me sembra a te
perche io sto annegando
nell mio proprio sofrere
e non sò ma o che facchio
com la vita che ancora c'è
ad troppo tempo che tu mi chiede
quanto tempo fa il mondo
io solo rispondo che lui
non sono pìu vecchio
che noi due
quando ci parliamo
sconfiti soli nell'aria
ma nessuna aiutami a dimenticarti
quando ci buttiamo via il tempo
e qaundo passiamo il giorni
sopra il rumote della gente povera
sei tu che porterai la
luce della stelle
ci volaremo su tutto il mondo e rire
Anche se finsce tutta la speranza
di un mondo pìu felice per noi due
nostra volontà
score fra le dita
quando ci buttiamo via la vita
che non lascia di lottare
tutti giorni insieme a noi
adesso ho bisogno di te
nell'aria ad volare
nell vento ad facchere
tutta una storia
perduta nell matino pìu fretto
il giorno arrivera
come as qualcos’altro
e troverai un cuore
pìu legere e pìu bello
ho paura di sapere
tutti i bugia dell mondo
ma quando sto com te
tutto passa ...
Manccini
---- em português ----
Nell frattempo (por enquanto)
Lembro-me de quando guardava
O teu sono mais leve
Queria esconder o sol
Quando eu vejo a chuva
Que cai em seus cabelos
As flores que te cobrirão
De amor incondicional
Com uma pergunta incerta
Que te faz o céu
Eu tenho uma nuvem nova
Em meus braços
Que me faz voar perto de você
Quem chega primeiro no céu.
Enquanto você vem ao meu encontro
Muito tempo faz que eu me sinto perdido
Procurando qualquer coisa que me
Lembre você
Porque eu estou afogando
No meu próprio sofrer
E não sei, mas o que faço.
Com a vida que ainda há
A muito tempo você me pergunta
Quanto tempo faz o mundo ?
Eu só respondo que ele
Não é mais velho
Que nós dois.
Quando nós falávamos
Besteiras sós no ar
Mas nenhuma me ajuda a te esquecer
Quando nos jogamos fora o tempo
E quando passamos os dias
Sobre as palavras dessa gente pobre
É você que levará a luz da estrela
Nós voaremos sobre todo o mundo
E rir.
Mesmo que acabe toda a esperança
De um mundo mais feliz pr nois
Dois.
Nossa vontade escorre entre os dedos
Quando nós joamos a vida
Que não deixa de lutar
Todos os dias junto a nós
Agora eu preciso de você
No ar a voar
No vento a fazer
Toda uma história
Perdida na manhã mais rápida
O dia chegará
Como a qualquer um
E acharás um coração
Mais leve e mais belo
Tenho medo de saber
Todas as mentiras do mundo
Mas quando estou contigo
Tudo passa...
Manccini
2007-10-08
A Profecia (Helder Duarte)
A Profecia
E será assim: Porque assim é, era e será. Assim diz o Deus verdadeiro, por a palavra que foi dada aos santos, profetas e apóstolos, com o nome de Bíblia Sagrada.
Esta profecia é a verdade. Por ela estar em paralelo e em sintonia com o Cânon sagrado. Mas diz ainda o Senhor, esta palavra está de acordo com a Bíblia, mas não a substitui. É mais um apelo, do Pai da eternidade, para que os céus e terra leiam e aceitem a verdade absoluta que é a palavra de Deus, cujo Espírito Santo, a confirma.
O Senhor que é antes de tudo, o que foi criado, virá sobre os elementos no tempo e eis que será para sempre e eternamente, o seu reino. Tudo será de acordo, com a sua vontade. Quer que vós homens creiais, ou não! Eu o todo poderoso, virei. Porque vós: espaço, tempo e eternidade, sois meus. E no fim do tempo, virá o Senhor. Então, haverá paz na existência, como jamais houvera. Pois só Deus é a paz. E depois de um tempo de angústia total, conforme profetizou o meu servo Daniel, virá o Senhor.
E diz agora: Eis que brevemente, um povo santo, será arrebatado ao céu e estará comigo, para todo o sempre.
Virá também o Anticristo, reinar na terra sete anos. Será um tempo de grande sofrimento, como nunca houve. Mas no fim dos sete anos, eu virei num cavalo branco. E vencerei a Besta, cujo número é 666. Depois reinarei mil anos na terra. E finalmente serei Senhor de tudo. AMEN!... AMEN!...
NO SENHOR.
HELDER DUARTE