O enterro da Escola
É muito interessante lembrar a história antiga de uma Escola que estava prestes a ir à falência, e os pais, professores e alunos se reuniam nas esquinas, nos bares, nas praças, em qualquer lugar, para apontarem os culpados. Cada qual gritava mais alto que o culpado só podia ser o “fulano”. Conversa vai, conversa vem e a situação só piorava. O tempo passava e nada de solução. A Escola estava nas últimas.
O diretor resolveu marcar o dia do enterro da instituição. Todos se assustaram, porém, ficaram curiosos para ver a cara do defunto. No dia e hora marcados, lá estava a comunidade em peso para a solenidade do velório. No meio de um grande auditório, colocaram um enorme caixão preto aberto e o diretor organizou a fila dos presentes para o último adeus ao finado.
Silêncio! Muitas flores e muita expectativa. À medida que foi dada a ordem para olharem dentro do caixão, a decepção foi geral. O corpo do defunto estava coberto de flores, mas no lugar do rosto, havia simplesmente um espelho. Cada um que se mirava no espelho tomava um susto e saía pensativo.
A idéia serviu de lição, porque, em pouquíssimo tempo, a Escola "ressuscitou" e ninguém nunca mais se esqueceu de que a responsabilidade pelo sucesso de uma instituição pertence a cada um.
Ivone Boechat
2007-09-24
O enterro da Escola (Ivone Boechat)
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