Título da música: Duas ingratas
Duas ingratas usou meu corpo quanto quis
Minha mocidade, minha saúde, meu trabalho
Quando a palavra fisgou minha alma por se cumprir
A profecia escrita que deixou-me feliz
Elas jogaram meu corpo no abismo pra eu morrer
Uma estrela caiu do céu e o poço se abriu
Com a chave da palavra que no Brás se cumpriu
Vivo por dentro e morto por fora, uma imagem sou agora
Quem vê me adora, pois sou um homem forte agora
Depois que tanto trabalhei fiquei sendo um estorvo
Na vida da esposa ingrata e da amante errante
Não mais pude acompanhá-las em seus passeios
Nas boates e nas festas de rodeios onde me distraía
Bebendo vinho com minhas duas Marias
A chave recebi do céu e o poço se abriu
Com a visão de Daniel que na Babilônia se cumpriu
Quem vê me adora, pois estou vivo por dentro e morto por fora
Num forte homem e numa imagem me tornei agora
Machuquei minha mão para sustentar a meretriz
Perdi a mocidade, a saúde, inválido fiquei
Pra construir um lar com a esposa ingrata que na sarjeta me lançou
Fiquei sem luz, sem água, sofri dor e padeci
Perdi tudo que tinha por causa da meretriz
Morto por fora e vivo por dentro pra ela sou um tormento
Como fumaça subi do poço e me espalhei com o vento
Quem cruza comigo me adora, pois fiquei vivo por dentro e morto por fora
Quem não adora não ignora, pois sou um homem forte agora.
31/07/2002
Marcos Vicente Picão
2006-10-30
Duas ingratas (Marcos Vicente)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Publique gratuitamente seus textos nesse site! Saiba mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário